A cineasta escocesa Ruth Paxton faz uma estreia muito inteligente com esta sátira de terror psicológico genuinamente misteriosa, escrita por Justin Bull, sobre a imagem corporal e o distúrbio alimentar infernal. Sienna Guillory está excelente como a estilosa e próspera Holly, uma mãe solteira que se preocupa profundamente com suas duas filhas adolescentes, Betsey (Jessica Alexander) e Izzy (Ruby Stokes). Holly talvez seja um pouco carinhosa e controladora demais: ela passa anos criando belas refeições para as meninas e tem o hábito um tanto assustador de garantir que os rolos de papel higiênico estejam bem arrumados, com a ponta de um dobrado em um “veleiro” fofo Projeto.

Justamente quando a vida da família parece totalmente perfeita, um estranho mal-estar de auto questionamento se instala: a professora de Betsey pergunta a ela sobre os planos da universidade e o que realmente a interessa – uma pergunta que Betsey considera insidiosamente desconcertante. Enquanto isso, Holly está assistindo Izzy patinar no gelo e do nada, lá em cima nas arquibancadas, se pergunta: “Qual é o sentido disso tudo?” Betsey tem uma experiência desagradável com drogas em uma festa, vagueia por algum bosque ao redor, onde parece ter uma epifania sob uma lua vermelho-sangue e, a partir de então, ela nunca mais come outra coisa – mas permanece exatamente com o mesmo peso. Holly grita com ela: “Você tem anorexia! E sabe quem entende? Garotas brancas de classe média cheias de si!”

Mas a avó astutamente não sentimental de Betsey (uma bela atuação de Lindsay Duncan) compara Betsey ao monstro mítico japonês, a Futakuchi-onna, a mulher com uma segunda boca escondida sob o cabelo na parte de trás da cabeça. Betsey é um daemon vampírico, consumindo secretamente a felicidade psíquica de sua família para manter seu próprio peso? Ou existe outra explicação mais racional ligada à relação de Holly com a comida e com a mãe? O filme de Paxton esboça o pavor sinistro logo abaixo da superfície da família feliz; ela está no controle especializado de seu filme, alcançando seus efeitos com economia e força. É realmente enervante.

Tradução e adaptação: Equipe Jessica Alexander Brasil
Postado por Beatriz Frazao
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